segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Boulevard Sunset

No CINEFAGIA estamos prestes a começar o estudo do Cinema Noir. Acabamos de estudar o gênero hollywoodiano Western e tem sido uma experiência gratificante conhecer tais momentos da história do cinema.

Assim, hoje assisti com amigos a Boulevard Sunset (O Crespúsculo dos Deuses, 1950), excelente filme em diversos sentidos, especialmente para compreender o que é Hollywood e sua máquina social cinematográfica no que se refere aos atores. Além disso, o filme problematiza a passagem do cinema mudo para o cinema sonoro e como isso gerou transtornos para atores, especialmente aquelas grandes estrelas cujo ego foi explorado até as últimas conseqüências por uma indústria insaciável.

O filme aborda a estranha relação entre Norma Desmond, uma esquecida estrela de cinema do cinema mudo, e Joe Gilli, um frustrado e pobre aspirante a roteirista de cinema. Gilli se encontra com problemas financeiros quando acaba chegando a casa de Norma. Ali, aproveita-se da decadente situação de uma rica e velha atriz de cinema que sonha com seu retorno aos holofotes de Hollywood através de um roteiro que escreve há 30 anos, para fazer algum dinheiro. Aos poucos a relação dos dois começa a se alterar, configurando-se numa prisão para Gilli e num paixão autodestrutiva de Norma pelo jovem rapaz. Porém, como não poderia deixar de ser, mistérios envolvem outros personagens, como o estranho mordomo Max Von Mayerling e a Betty Schaefer uma ambiciosa leitora que também quer escrever artigos com a ajuda do cativo Gillis., toda essa salada de intenções e ambições culmina em um desfecho trágico que o espectador conhece desde o primeiro momento do filme que se desenrola narrado pelo defunto Gillis.

A fantástica atuação de Gloria Swanson cuja atuação expressiva e estranha ao formato teatral cinematográfico contemporâneo ao filme contrasta com as demais atuações dos jovens atores. Esse contraste oferece uma boa visão do que foi mudança do cinema mudo para o falado, e como isso gerou dificuldades para os atores consagrados. A própria atriz que faz Norma passou por essa mudança, embora tenha conseguido manter-se atuando, ao contrário de diversos atores que terminaram por perder seus empregos.

Enfim, o filme é uma obra excelente e não é à toa que consta das mais diversas listas de filmes essenciais em revistas e sítios de cinema.
A seguir, algumas cenas de filmes noir que assisti e bem importantes para o cinema também: Gilda e Uma Rua Chamada Pecado.

Gilda (Charles Vidor, 1946)


A Street Car Named Desire (Elia Kazan, 1951)


Sunset Boulevard (Billy Wilder, 1950)


André Fonseca Feitosa (História, UFPB)
http://processosubjetivo.blogspot.com

Um comentário:

  1. Amigos, estou chegando agora por aqui, com muito gosto. Perdi, infelizmente, os estudos de western. Por sinal, venho de uma mostra fantástica de John Ford em SP. Gostaria de, em havendo oportunidade no futuro, conversar despretenciosamente sobre o gênero, do qual esse diretor foi dos maiores representantes, certamente. Quanto ao foco atual, cine noir, adoro! ele merece realmente todas nossas atenções. Espero poder colaborar com meus parcos conhecimentos no assunto (cinema e literatura). Parabéns pelo blog e seu excelente conteúdo.

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